NÃO ME CALE!
No espelho me vi parada
Não era o ontem, nem vidas passadas
Brilhava os olhos por coisas novas
Contava minutos por possíveis histórias
Naquele espelho já vi lágrimas correrem
Já me pentearam os cabelos
E sorri sem desespero
Me lembro de uma mão leve no meu rosto
Dizia: "Vai com calma!"
Mas que leveza é essa que não me entendes
Que minha força é mais que ardente
Não podia calar-me sem um simples "porquê"
E muito menos sem escolher
Era muito difícil olhar para o céu
Não poder flutuar, correr ou se esconder
Sabia que as escolhas eram como mel
Às vezes tão doce, outras tão cruel
Quando pequena pensei em dizer
Que minha vida era escrever
Mas certa vez me mandaram parar
E hoje eu só sei gritar
Sim, eu sou a escrita
Minha, sua, nossa:
Melodia de palavras
Que voam em suas estradas
Então,
Não me cale!
KeTagarela
Um comentário:
É quem cala um poeta? Seria um sacrilégio calar pessoas que tem o dom da escrita, que muitas vezes trazem alegrias e muitas vezes conforto da alma em apenas um conjunto de palavras recheadas de sentimentos.
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