domingo, 1 de fevereiro de 2015



  NÃO ME CALE!


No espelho me vi parada 
Não era o ontem, nem vidas passadas 

Brilhava os olhos por coisas novas 
Contava minutos por possíveis histórias 

Naquele espelho já vi lágrimas correrem 
Já me pentearam os cabelos 
E sorri sem desespero 

Me lembro de uma mão leve no meu rosto 
Dizia: "Vai com calma!" 

Mas que leveza é essa que não me entendes 
Que minha força é mais que ardente 

Não podia calar-me sem um simples "porquê" 
E muito menos sem escolher 

Era muito difícil olhar para o céu 
Não poder flutuar, correr ou se esconder 

Sabia que as escolhas eram como mel 
Às vezes tão doce, outras tão cruel

Quando pequena pensei em dizer
Que minha vida era escrever

Mas certa vez me mandaram parar
E hoje eu só sei gritar

Sim, eu sou a escrita
Minha, sua, nossa:

Melodia de palavras 
Que voam em suas estradas

Então,
Não me cale!


KeTagarela


Um comentário:

Anônimo disse...

É quem cala um poeta? Seria um sacrilégio calar pessoas que tem o dom da escrita, que muitas vezes trazem alegrias e muitas vezes conforto da alma em apenas um conjunto de palavras recheadas de sentimentos.